quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sem café da manhã

A tua presença
no quarto
que era pago
mas o amor era de graça
era simples e fácil
mas o quarto este era pago
e frio
e esquisito
eu era alheia ao quarto

tanto faz se fosse neste ou naquele
eu queria que fosse pra sempre
mesmo que a janela desse para área de serviço
e eu tivesse que esticar o pescoço para ver os pássaros
e árvores do outro lado
e o canto dos pássaros disputassem com o bater das panelas e xícaras
ou que no meio da noite
a gente pudesse escutar os gritos
de outras pessoas sendo ou fazendo alguém feliz,


Para mim nem era pouco e nem era demais,
era completo, mesmo que fosse rápido e que fosse
estranho, era o que eu tinha de mais poético,
ouvir você recitar Brecht na manhã seguinte, mesmo correndo e com fome...

Essa era a medida da beleza, e eu quis mesmo assim
e nem perdia tempo pensando
que poderia acabar, para mim tinha sido já pra sempre...
deve ser por isso que eu sempre lembre...

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