terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pílula de memória

Seis anos, tarzan, a árvore, a queda, o barranco, os ralados, o corte na testa, os primos assustados, o sangue no rosto......Vó! Arde, arde, arde. Nossa vó que bom que a senhora chegou. Abraço, que bom. Banho, lavar as feridas? Mas vai arder mais!

Não houve choro que desse jeito! Abraçada a mim foi me levando para dentro. Enquanto me colocava embaixo do chuveiro, me dizia que “mulher e chá você só sabe da força quando coloca em água quente”, aquela frase relacionada à imagem do meu sangue pigmentando a água marcaria pra sempre a minha jovem memória. E o desejo de ser chá preto se instalaria sem remédio em meu coração.

Um comentário:

Seguidores